13 de jun. de 2013

Esporotricose Felina



O QUE É?
A esporotricose é uma doença subaguda ou crônica causada pelo fungo Sporothrix schenckii. Ele pode acometer os seres humanos (é uma zoonose) e uma variedade de outros animais, tais como cães, gatos, cavalos, bovinos e aves. Na maioria das vezes manifesta-se como uma infecção benigna limitada a pele a ao tecido subcutâneo. Ocasionalmente evolui para a disseminação sistêmica e raramente dissemina-se para ossos e órgãos internos. Distribuído mundialmente, o fungo cresce em musgos, fenos, vegetais apodrecidos, solos e madeiras e se desenvolve principalmente em locais quentes e úmidos.

COMO OCORRE A TRANSMISSÃO?
A transmissão se dá através de traumas na derme, causados por ferimentos puntiformes, ou contaminação de feridas abertas por exsudato de animais infectados. As lesões situam-se, preferencialmente, nos membros, cauda e região cefálica. Em gatos, a infecção do Sporothix é associada ao hábito de cavar buracos para cobrir seus excrementos na terra ou areia, além de afiar as unhas em trocos de árvores contraindo o organismo. A inalação, aspiração ou a ingestão de conídeos do S. schenckii também pode reproduzir a doença.

QUAIS OS SINAIS CLÍNICOS?
Existem três manifestações clínicas da doença:
* Localizada (nódulos firmes)
* Cutâneo-linfática (manifestação mais comum em cães – nódulos redondos e firmes na porta de entrada da infecção, progredindo para a subcútis e sistema linfático)
*Disseminada (expansão da infecção para órgãos e tecidos internos)

Normalmente os felinos desenvolvem nódulos no tecido subcutâneo, que geralmente irão ulcerar e drenar um exsudato seropurulento, formando crostas espessas. Esses nódulos são indolores e desenvolvem uma crosta na parte mais saliente, eliminando pequenas quantidades de secreção que cicatrizam em três dias a quatro semanas, sendo que essas lesões se sucedem, levando a doença a persistir no animal por vários meses. Os sinais clínicos dos animais doentes caracterizam-se por formações circulares, elevadas, com alopecia e crostas, em grande número com ulceração central, sendo a forma cutânea a mais comum nos felinos, e no caso de disseminação da doença, podem estar presentes anormalidades oculares, neurológicas e linfáticas.

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO? QUAL O TRATAMENTO?
Em relação ao diagnóstico diferencial pode-se levar em conta doenças como piodermatites, criptococose, carcinomas, etc. Infelizmente muitas vezes esses animais apresentam seu primeiro diagnóstico no estado avançado da doença, levando o animal a óbito ou os mesmos são submetidos à eutanásia. O diagnóstico baseia-se na anamnese, exame físico, exame dermatológico e exames laboratoriais. Dentre os exames complementares, existem o citodiagnóstico, cultivo micológico, intradermorreação e histopatologia. A cultura é o exame de escolha devido a maior eficiência no isolamento do agente. O material coletado pode ser pus, exsudato, material de curetagem ou “swab” de lesões abertas e aspiradas de nódulos cutâneos. O tratamento é realizado com antifúngicos, os animais costumam responder bem à terapia com itraconazol ou cetoconazol.
 
PROFILAXIA
Como a esporotricose é uma doença de alto risco para a saúde pública, deve-se tomar medidas profiláticas como o uso de luvas na manipulação de animais com lesões suspeitas, tratamento e isolamento dos animais doentes até a completa cicatrização das lesões, desinfecção das instalações com solução de hipoclorito de sódio instituída durante o tratamento, visando proteger os humanos que mantenham contato com gatos infectados, devido à natureza contagiosa da doença. Outra medida importante é a castração dos gatos machos que, por circularem pela rua, são mais propensos a brigas que podem causar feridas e acidentalmente abrigar o fungo.

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