3 de jun. de 2013

Complexo Gengivite-estomatite-faringite dos Felinos


    Sabe-se que um dos principais problemas odontológicos na clínica de felinos é a gengivite crônica e intratável. O CGEF é a segunda doença oral mais comum encontrada em felinos, perdendo apenas para a doença periodontal. Tal afecção pode ser causada ou piorada por agentes virais (como o FIV), o Herpesvírus tipo 1 e o Calicivírus. 
   Algumas raças como Maine Coon apresentam grande predisposição ao desenvolvimento de gengivite estomatite juvenil e intratável. A idade média dos animais afetados é de 8 anos, variando entre 3 a 15. As bactérias desempenham um papel claro na patogenia da gengivite crônica, uma vez que os animais respondem a tratamentos com antimicrobianos. Entretanto, ainda não está definido se este papel é mesmo etiológico ou se trata de uma infecção oportunista secundária a outra causa de base.
    O sistema imunológico responde à inflamação gengival crônica através da produção de anticorpos. O complexo gengivite-estomatite-faringite dos felinos (CGEF) representa um quadro crônico e severo de inflamação, ulceração ou proliferação, da cavidade oral muito mais severa do que a reação que normalmente se esperaria frente ao acúmulo da placa bacteriana, do cálculo dentário e do progresso da doença periodontal. 
    Uma das características típicas é a estomatite caudal, com lesões na região de faringe e área peri-tonsilar. Os gatos afetados podem apresentar disfagia de moderada à severa, com discreta à absoluta relutância para comer. A diminuição da ingestão de alimentos leva à progressiva apatia e perda de peso. Entre os sinais predominantes destacam-se halitose, ptialismo, sialorréia, disfagia e inapetência. Dentre os sintomas observam-se dificuldade para se higienizar, engolir, respirar, hemorragia bucal e perda de peso.
    O exame minucioso da cavidade oral revelará lesões ulcerativas ou proliferativas nas regiões da faringe, arco glosso-palatino, gengiva, mucosas alveolar, jugal e lingual. Concomitantes a essas alterações podem estar presentes doença periodontal e lesões de reabsorção dentária, podendo ser bastante dolorosos.
    O CGEF freqüentemente é refratário aos tratamentos médicos, sem que nenhum protocolo tenha se mostrado totalmente eficaz. 

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