28 de jun. de 2013

Comissão aprova cães e gatos no ônibus e metrô de São Paulo

Proposta prevê que o animal seja levado em ‘gaiolas’ usadas hoje nos aeroportos nacionais


     O transporte de cães e gatos de até 10 kg nos 14 mil ônibus coletivos de São Paulo foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Municipal e deve entrar na pauta de votação na terça-feira, 11. De autoria do governista e líder evangélico David Soares (PSD), a proposta prevê que o animal seja levado em ‘gaiolas’ usadas hoje nos aeroportos nacionais, sem ‘dejetos, água e alimentos’.
     A nova regra tem o apoio de entidades de defesa da proteção animal e dos principais líderes do Legislativo. ‘A lei é um avanço, mas 10 quilos ainda é muito pouco. Acho que deveria ser permitido para cães maiores. Muitas pessoas na periferia querem socorrer um cachorro e levá-lo até um hospital, mas não conseguem pela falta de opção para transportá-lo’, avalia Anna Soghomonian, da entidade MMSP, uma rede de protetores independentes que atua na Grande São Paulo.
animal transporte 2     Soares, filho do líder evangélico R.R. Soares, concorda: ‘A iniciativa beneficia, principalmente, a população de baixa renda que, muitas vezes, não tem condições financeiras de custear o transporte até o posto de vacinação ou mesmo ao veterinário’. Entre as raças de cães que poderão circular nos ônibus, estão Yorkshire, Poodle, Shih Tzu, Dachshund, Pug e SRD de pequeno porte.
     O passageiro terá de apresentar ao motorista a carteira de vacinação em dia do animal que será transportado. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Legislativo avaliaram que a proposta tem fundamento jurídico. ‘A Constituição Federal atribuiu ao município competência para organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local’, diz o parecer pela legalidade da nova regra emitida pela CCJ.
chihauahuas transporte     De acordo com relatos de usuários de ônibus feitos à Câmara Municipal, muitas pessoas já levam hoje animais domésticos escondidos em sacolas e bolsas nos ônibus. ‘Eu já levei meu gato no ônibus e até no metrô’, diz a bancária Luciane Seren Franco. Hoje, apenas o cão-guia, usado para auxiliar deficientes visuais, pode entrar nos ônibus e nos vagões do Metrô.
Melhoria 
     Autor do projeto que criou o primeiro hospital público para cães e gatos, Roberto Tripoli (PV) também elogiou o projeto. ‘Muitas pessoas já levam seus cães na linha que atende a região perto do hospital público de cães no Tatuapé. Vamos agora discutir a proposta no plenário e analisar com as entidades como aperfeiçoá-la.’
Fonte: Criador On-line

13 de jun. de 2013

Esporotricose Felina



O QUE É?
A esporotricose é uma doença subaguda ou crônica causada pelo fungo Sporothrix schenckii. Ele pode acometer os seres humanos (é uma zoonose) e uma variedade de outros animais, tais como cães, gatos, cavalos, bovinos e aves. Na maioria das vezes manifesta-se como uma infecção benigna limitada a pele a ao tecido subcutâneo. Ocasionalmente evolui para a disseminação sistêmica e raramente dissemina-se para ossos e órgãos internos. Distribuído mundialmente, o fungo cresce em musgos, fenos, vegetais apodrecidos, solos e madeiras e se desenvolve principalmente em locais quentes e úmidos.

COMO OCORRE A TRANSMISSÃO?
A transmissão se dá através de traumas na derme, causados por ferimentos puntiformes, ou contaminação de feridas abertas por exsudato de animais infectados. As lesões situam-se, preferencialmente, nos membros, cauda e região cefálica. Em gatos, a infecção do Sporothix é associada ao hábito de cavar buracos para cobrir seus excrementos na terra ou areia, além de afiar as unhas em trocos de árvores contraindo o organismo. A inalação, aspiração ou a ingestão de conídeos do S. schenckii também pode reproduzir a doença.

QUAIS OS SINAIS CLÍNICOS?
Existem três manifestações clínicas da doença:
* Localizada (nódulos firmes)
* Cutâneo-linfática (manifestação mais comum em cães – nódulos redondos e firmes na porta de entrada da infecção, progredindo para a subcútis e sistema linfático)
*Disseminada (expansão da infecção para órgãos e tecidos internos)

Normalmente os felinos desenvolvem nódulos no tecido subcutâneo, que geralmente irão ulcerar e drenar um exsudato seropurulento, formando crostas espessas. Esses nódulos são indolores e desenvolvem uma crosta na parte mais saliente, eliminando pequenas quantidades de secreção que cicatrizam em três dias a quatro semanas, sendo que essas lesões se sucedem, levando a doença a persistir no animal por vários meses. Os sinais clínicos dos animais doentes caracterizam-se por formações circulares, elevadas, com alopecia e crostas, em grande número com ulceração central, sendo a forma cutânea a mais comum nos felinos, e no caso de disseminação da doença, podem estar presentes anormalidades oculares, neurológicas e linfáticas.

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO? QUAL O TRATAMENTO?
Em relação ao diagnóstico diferencial pode-se levar em conta doenças como piodermatites, criptococose, carcinomas, etc. Infelizmente muitas vezes esses animais apresentam seu primeiro diagnóstico no estado avançado da doença, levando o animal a óbito ou os mesmos são submetidos à eutanásia. O diagnóstico baseia-se na anamnese, exame físico, exame dermatológico e exames laboratoriais. Dentre os exames complementares, existem o citodiagnóstico, cultivo micológico, intradermorreação e histopatologia. A cultura é o exame de escolha devido a maior eficiência no isolamento do agente. O material coletado pode ser pus, exsudato, material de curetagem ou “swab” de lesões abertas e aspiradas de nódulos cutâneos. O tratamento é realizado com antifúngicos, os animais costumam responder bem à terapia com itraconazol ou cetoconazol.
 
PROFILAXIA
Como a esporotricose é uma doença de alto risco para a saúde pública, deve-se tomar medidas profiláticas como o uso de luvas na manipulação de animais com lesões suspeitas, tratamento e isolamento dos animais doentes até a completa cicatrização das lesões, desinfecção das instalações com solução de hipoclorito de sódio instituída durante o tratamento, visando proteger os humanos que mantenham contato com gatos infectados, devido à natureza contagiosa da doença. Outra medida importante é a castração dos gatos machos que, por circularem pela rua, são mais propensos a brigas que podem causar feridas e acidentalmente abrigar o fungo.

10 de jun. de 2013

Hipovitaminose A em Quelônios



O que é?
A hipovitaminose A é um problema que ocorre freqüentemente em quelônios, principalmente semi-aquáticos de água doce (cágados) que recebem alimentação incorreta com níveis insuficientes de vitamina A. Essa doença nutricional pode ser classificada como primária, quando o consumo na dieta está abaixo do necessário, e secundária, nos casos em que, há a preexistência de uma doença, ocasionando a má absorção das vitaminas. A deficiência de vitamina A também pode ser encontrada em outros animais tais como crocodilos e iguanas.

Por que a vitamina A é importante?
O retinol (vitamina A) é uma coenzima responsável, entre outras funções, pela manutenção do tecido epitelial de todo organismo, ou seja, a vitamina A é necessária para manter a integridade epitelial.  Sua deficiência é seguida por alteração no metabolismo das células epiteliais, causando metaplasia escamosa e hiperceratose dos epitélios, principalmente no epitélio respiratório e ocular. A vitamina A atua também no sistema imunológico, oferecendo proteção e agindo como antioxidante natural, mantém as mucosas da boca, traquéia e estômago saudáveis além de atuar na manutenção e funcionamento da visão.

O que acontece?
As células epiteliais respiratórias, oculares, cutâneas, endócrinas, gastrointestinais e genitourinárias são atingidas. As primeiras alterações são a necrose e atrofia do epitélio. As células mortas descamam e começam a se aglomerar entre as células vivas. Os ductos e canalículos do pâncreas, fígado, rins e das glândulas oculonasais podem se tornar bloqueadas por esses debris celulares. Como todo tecido epitelial serve como barreira para os patógenos, com a descamação temos esta função alterada, podendo ocorrer sérias infecções bacterianas secundárias.

Quais são os sinais clínicos?
O sinal clínico mais característico em quelônios é devido ao blefaroedema (inchaço das pálpebras). O blefaroedema vem associado a um sólido branco-amarelado acúmulo de debris celulares, pode ser uni ou bilateral e um olho pode estar mais acometido que o outro. Outros sinais clínicos são prostação, afecções auriculares, anorexia, corrimento nasal, apatia, blefarite, conjutivite, ressecamento dos olhos por falta de produção de muco. Em casos crônicos se pode observar hiperqueratose (produção anormal de queratina na pele, formando áreas crostosas), disecdise e certas áreas cutâneas com adelgaçamento. A pneumonia é comum em casos de hipovitaminose A já que o epitélio pulmonar torna-se lesionado (porta de entrada). O diagnóstico se baseia principalmente nos sinais clínicos assim como no histórico dietético do animal, bioquímica sérica e principalmente na resposta ao tratamento. O diagnóstico diferencial inclui trauma, corpo estranho, helmintos, infecções virais, bacterianas e/ou fúngicas , logo  torna- se necessário que haja a análise citológica do exsudato ou da conjuntiva para esta determinação.
Qual o tratamento?
O tratamento é feito com injeções de vitamina A. A correção da dieta é muito importante também e a introdução principalmente de alimentos ricos em beta-carotenos pode ser realizada. Caso o animal tenha sinais clínicos de comprometimento pulmonar como corrimentos nasais, dispnéia e perda do equilíbrio na água, a antibioticoterapia também deve ser realizada. Vale lembrar que doses alta de vitamina A são tóxicas para o quelônios e que medicamentos formulados para animais domésticos normalmente têm altas concentrações dessa vitamina.

6 de jun. de 2013

Demodiciose ou Sarna Demodécica


     A demodiciose (sarna demodécica, sarna folicular ou sarna vermelha) é uma doença parasitária inflamatória de cães caracterizada pela excessiva proliferação de ácaros do gênero Demodex no folículo piloso. É uma das dermatoses mais comuns em cães e sua patogenia pode estar associada à resposta imunológica do hospedeiro.
    O parasito habita o interior dos folículos pilosos, e ocasionalmente as glândulas sebáceas e glândulas sudoríparas apócrinas. O D. canis se alimenta de secreção sebácea, de escamas e de células vivas, é por isso que a seborréia favorece a multiplicação dos Demodex. Por outro lado, estes parasitos estimulam a produção da secreção sebácea, o que conduz a instalação de um verdadeiro ciclo vicioso.
    A maioria dos cães acometidos tem menos de um ano, entretanto, cães de todas as idades podem desenvolver a doença. Os cães idosos com demodiciose têm quase sempre uma afecção associada que deve ser pesquisada e tratada (hipercorticismo, hipotireoidismo, por exemplo).
    Os sinais clínicos da demodiciose generalizada consistem, principalmente, em áreas grandes de alopecia multifocal e regional, resultado do prurido moderado a intenso, liquenificaçăo, descamaçăo, formaçăo de crostas, eritemas e com menor freqüência comedőes, hiperpigmentaçăo, e ocasionalmente celulite. É comum ocorrer piodermatite secundária. A bactéria responsável pela contaminação secundária é na maioria das vezes o Staphilococcus pseudointermedius, mas também pode ocorrer contaminação por Pseudomonas aeruginosa, que causa complicações piogênicas graves e normalmente é refratária quando ocorre pododermatite demodécica. O Proteus mirabilis é outro sério invasor bacteriano secundário na sarna demodécica generalizada.
    Na maioria dos casos, o diagnóstico da forma localizada ou generalizada não é problemático, visto que geralmente os ácaros são identificados por meio dos raspados profundos de pele. Os raspados devem ser profundos e realizados na direção do crescimento do pêlo, usando uma lâmina de bisturi, com amostras de diferentes regiões do corpo; recomenda-se o exame de três a seis sítios, especialmente nas áreas de transição entre a pele saudável e a lesão, e com presença de comedões.  Os principais diferenciais incluem a dermatofitose, adenite sebácea, piodermite, celulite juvenil, dermatite responsiva ao zinco, alopecia areata, pênfigo foliáceo, reações de hipersensibilidade, etc.
    O tratamento é feito por meio de acaricidas. Quando há presença de piodermites não deve enfocar somente ácaros, mas também a eliminação de bactérias. Um dos pontos mais importantes no tratamento da demodiciose canina é o controle de cura. A taxa de cura parasitária é estimada pela negativação dos raspados de pele. Os múltiplos raspados cutâneos devem ser realizados todos os meses até a obtenção de duas ou três séries sucessivas de raspados negativos.


3 de jun. de 2013

Complexo Gengivite-estomatite-faringite dos Felinos


    Sabe-se que um dos principais problemas odontológicos na clínica de felinos é a gengivite crônica e intratável. O CGEF é a segunda doença oral mais comum encontrada em felinos, perdendo apenas para a doença periodontal. Tal afecção pode ser causada ou piorada por agentes virais (como o FIV), o Herpesvírus tipo 1 e o Calicivírus. 
   Algumas raças como Maine Coon apresentam grande predisposição ao desenvolvimento de gengivite estomatite juvenil e intratável. A idade média dos animais afetados é de 8 anos, variando entre 3 a 15. As bactérias desempenham um papel claro na patogenia da gengivite crônica, uma vez que os animais respondem a tratamentos com antimicrobianos. Entretanto, ainda não está definido se este papel é mesmo etiológico ou se trata de uma infecção oportunista secundária a outra causa de base.
    O sistema imunológico responde à inflamação gengival crônica através da produção de anticorpos. O complexo gengivite-estomatite-faringite dos felinos (CGEF) representa um quadro crônico e severo de inflamação, ulceração ou proliferação, da cavidade oral muito mais severa do que a reação que normalmente se esperaria frente ao acúmulo da placa bacteriana, do cálculo dentário e do progresso da doença periodontal. 
    Uma das características típicas é a estomatite caudal, com lesões na região de faringe e área peri-tonsilar. Os gatos afetados podem apresentar disfagia de moderada à severa, com discreta à absoluta relutância para comer. A diminuição da ingestão de alimentos leva à progressiva apatia e perda de peso. Entre os sinais predominantes destacam-se halitose, ptialismo, sialorréia, disfagia e inapetência. Dentre os sintomas observam-se dificuldade para se higienizar, engolir, respirar, hemorragia bucal e perda de peso.
    O exame minucioso da cavidade oral revelará lesões ulcerativas ou proliferativas nas regiões da faringe, arco glosso-palatino, gengiva, mucosas alveolar, jugal e lingual. Concomitantes a essas alterações podem estar presentes doença periodontal e lesões de reabsorção dentária, podendo ser bastante dolorosos.
    O CGEF freqüentemente é refratário aos tratamentos médicos, sem que nenhum protocolo tenha se mostrado totalmente eficaz.