30 de mai. de 2013

Clamidiose - Animais Silvestres



    A clamidiose é uma doença infecciosa e trata-se de uma das principais zoonoses de origem aviária. É causada pela bactéria Chlamydophila psittaci. A transmissão do agente ocorre principalmente por via aerógena, por inalação de poeira contaminada por dejetos ou secreções.
    Os psitacídeos (aves de bico curvo: agapórnis, periquitos, calopsitas, papagaios, araras, etc) são o maior reservatório de Chlamydophila psittaci, particularmente sob condições de cativeiro. As aves portadoras, mesmo sem manifestar a doença, podem eliminar o microrganismo, contaminando assim o ambiente, outros animais e o próprio homem.
    Os sinais clínicos mais comuns nas aves incluem alterações no sistema gastrointestinal, respiratório e ocular, porém é possível encontrar aves infectadas sem sinais aparentes. Dentre os sinais estão depressão, plumagem eriçada, tremores, anorexia, desidratação, ceratoconjuntivite, urato verde-amarelado (fezes). A Conjuntivite, muitas vezes recorrente, pode ser o único sinal clínico aparente.
    A enfermidade nos humanos pode assemelhar-se a infecções de vias aéreas superiores, com sinais como febre, calafrios, dor de cabeça, mialgia, mal estar, tosse não produtiva acompanhada de dificuldade respiratória, além de casos graves e multissistêmicos.
    Em relação ao diagnóstico, há duas principais abordagens. A primeira envolve a detecção direta da bactéria e a segunda implica a detecção de anticorpos anti-Chlamydophila sp. Durante a fase aguda da infecção, a presença do anticorpo não é facilmente detectada. A confirmação da infecção por C. psittaci pode ser obtida pelo isolamento e/ou identificação do microorganismo. O isolamento é efetuado em amostras de órgãos ou de fezes.
O tratamento é longo e envolve o uso de antibióticos.

27 de mai. de 2013

Doença Periodontal


DOENÇA PERIODONTAL

O que é?

É um conjunto de condições inflamatórias, de caráter crônico, que começa afetando o tecido gengival e que pode levar à perda dos tecidos de suporte dos dentes.


Qual é a causa?

Os microrganismos responsáveis por esses eventos estão presentes na placa bacteriana. A infecção bacteriana que circunda os dentes causa inflamação na gengiva, ligamento periodontal, cemento e osso alveolar.  Existem fatores contribuintes como a falta de higiene oral apropriada, resposta do hospedeiro, raça, espécie, genética, idade e dieta.

O que acontece?

As bactérias, através do seu metabolismo produzem subprodutos capazes de lesar as estruturas periodontais . A gengiva é a primeira estrutura lesada e responde à agressão com inflamação, edema, vasodilatação e migração celular (gengivite). A gengivite pode ser reversível caso a placa bacteriana ou tártaro sejam removidos. Em alguns cães, principalmente nos de grande porte, a gengiva pode responder à placa através de hiperplasia gengival inflamatória – crescimento do seu epitélio ao redor do dente.  Quando ocorre o envolvimento do periodonto de sustentação, o processo é chamado de periodontite, sendo irreversível. A doença periodontal pode implicar em sérias outras alterações sistêmicas, podendo levar a glomerulonefrite, hepatite, poliartrites e endocardites bacterianas.

Por que os dentes caem?

À medida que o osso alveolar adjacente é lesado e então absorvido, há formação de bolsa periodontal, entre o dente e o osso. Com a progressão da lesão, mais ossos e tecidos moles são perdidos e o ligamento periodontal é separado de seu suporte, então o dente torna-se luxado no seu alvéolo e, por fim, pode ser eliminado.

Como é o tratamento?

O tratamento baseia-se na eliminação de toda placa ou cálculo dentário, polimento nas superfícies duras e restauração da profundidade da gengiva. Tratamentos relacionados, como endodônticos ou extrações devem ser agregados no planejamento. Os dentes podem ser salvos até que se percam 75% do seu suporte ósseo de uma ou mais raízes. Vale lembrar que a gengivite pode se reestabelecer caso os dentes não sejam mantidos limpos e livres de bactérias, portanto, devem-se estimular métodos domésticos de higiene oral, como a escovação.


A - Dentes sadios
B - Início do acúmulo de tartaro
C - Periodontite moderada a grave com gengivite
D - Gengivite severa, com perda de tecido ósseo e possível perda dos dentes. 

23 de mai. de 2013

VÍRUS DA LEUCEMIA FELINA – FeLV


    
    O vírus da leucemia felina (FeLV) pode infectar tanto os gatos domésticos como outros felinos selvagens. 
    O reservatório do vírus é o gato assintomático. O felino pode excretar o vírus durante meses antes de adoecer ou vir a sucumbir. É considerado uma das causas de morte por doença infecciosa mais comum em gatos. Como a doença poderá ocasionar uma imunossupressão, o animal ficará suscetível a outras doenças.
    A transmissão ocorre pela saliva, secreções oculares/nasais, urina, fômites (comedouros e bebedouros comunitários) e via transplacentária. A concentração viral é mais alta na saliva do que no plasma, logo a transmissão ocorre principalmente com o contato com esse fluido (mordidas, lambeduras, alimentos contaminados, vasilhas de água compartilhadas, etc). O vírus não sobrevive por muito tempo no ambiente, sendo possível eliminá-lo com o uso de desinfetantes.
    Os sinais clínicos incluem: mucosa pálida, dispnéia (alteração respiratória), letargia, anorexia (perda de apetite), emagrecimento progressivo, febre, gengivite/estomatite, uveíte, diarréia, abscessos. 
    As principais queixas dos proprietários referem-se a sintomas inespecíficos como anorexia, emagrecimento progressivo, depressão, etc. Durante exame físico pode se perceber aumento de tamanho em baço e fígado. Em animais com FeLV, também é possível encontrar linfomas (principal neoplasia causada pelo FeLV), leucemias linfóides e mielóides e fibrossarcoma. A imunossupressão é a mais preocupante manifestação da viremia.
    O diagnóstico é baseado nos achados epidemiológicos, sinais clínicos e exames subsidiários. Um dos principais achados clínico-laboratoriais é a anemia. Diferentes exames de diagnóstico direto e indireto estão disponíveis para a FeLV em felinos. Dentre estes os testes de ELISA, imunofluorescência, reação em cadeia pela polimerase e isolamento viral são os mais fidedignos.  
  O tratamento é sintomático. Como formas de prevenir a infecção podemos citar a imunização dos susceptíveis com vacina (Quintupla felina) e o teste para infecção do FeLV com conseqüente separação dos gatos positivos dos sadios.

20 de mai. de 2013

Carcinoma de Células Escamosas


   As neoplasias cutâneas são as mais diagnosticadas e representam aproximadamente 30% dos tumores em cães e 20% em gatos. 
    A exposição prolongada ao sol pode propiciar o desenvolvimento de tumores de células escamosas na pele. Isso pode ocorrer principalmente nas regiões da pele do animal onde não há pêlos, em animais que possuem a pele pouco pigmentada ou despigmentada. Porém, vale lembrar que nem todos os carcinomas de células escamosas são induzidos pela exposição à luz solar. 
    Os carcinomas de células escamosas são tumores malignos epidermais, são localmente invasivos e se infiltram na derme e nos tecidos subcutâneos adjacentes. É a neoplasia de pele mais freqüente em felinos
    As lesões nos felinos localizam-se com mais freqüência no plano nasal, nas pálpebras, nas orelhas e nos lábios. Muitas vezes, essas neoplasias são erosivas e ulceradas.  Nos carcinomas localizados nas pálpebras pode haver conjuntivite e nos de plano nasal, sinais como epistaxe, espirros, ulceração e aumento de volume. 
    O diagnóstico pode ser obtido com estudo citológico e exame histopatológico. O diagnóstico diferencial inclui infecções de pele, lesões imunomediadas e outras alterações dermatológicas. Com um diagnóstico precoce e um controle local efetivo se pode ter a possibilidade de cura. 
    O tratamento cirúrgico com uma ampla margem em casos de pequenos nódulos pode ser curativo, porém em pacientes com grandes áreas acometidas o tratamento cirúrgico fica restrito podendo se considerar a radioterapia e quimioterapia.

10 Sinais Comuns de Câncer em Animais de Companhia

1. Inchaços anormais que persistam por longos períodos ou inchaços que continuem em crescimento
2. Feridas que não cicatrizam
3. Perda de peso
4. Perda de apetite
5. Sangramentos ou descargas provenientes de qualquer abertura corporal
6. Odores muito fortes
7. Dificuldade para se alimentar ou deglutir
8. Hesitação ao exercício ou perda da resistência
9. Claudicação persistente/ rigidez
10. Dificuldade em respirar/urinar/defecar

16 de mai. de 2013

Piodermite canina


    Dermatites, elas podem ser causadas por pulgas!


    A segunda causa mais comum de  doenças cutâneas canina são as Piodermites, perdendo apenas para DAPP (Doença Alérgica por Picada de Pulgas) de acordo com pesquisadores americanos. Ela também afeta outros animais, como felinos, equinos e etc, mas nenhuma espécie é mais susceptível quanto os cães.
    Esta doença possui diversas formas de apresentação, o que pode fazer com que seja confundida facilmente com outras.  Os fatores para classificação são variáveis como: a profundidade, tipo de lesão, cronicidade, raça, tipo de pêlo, cor da pele/mucosa. Podem ser piodermites superficiais pruriginosas, piodermites profundas, foliculites, entre outras.
    São altamente pruriginosas e podem ser causadas por microorganismos como: Staphylococcus spp, Pseudomonas sp., Acinetobacter sp., e enterobacteriáceas diversas. A Malassezia aparece como oportunista, pois está presente comumente na pele do animal e se multiplica em condições favoráveis que são criadas por causa das lesões pruriginosas.
    Quando apresenta a forma superficial, em alguns casos, apenas o tratamento tópico é suficiente, mas em sua grande maioria as piodermites necessitam de um tratamento sistêmico, além de um avaliação se é a causa primária ou secundária (doenças hormonais, seborréia, demodicose,  doenças alérgicas, e até mesmo atopias), devendo tratar os fatores predisponentes/causadores junto.
    O diagnóstico para confirmar é através de exames citológicos coletados nas lesões planas, pregas, lesões pápulo crostosas e pústulas.
    O tratamento é feito geralmente com o uso simultâneo, no primeiro momento, de medicamentos sistêmicos e tópicos. Após o controle/desaparecimento da doença, ele deverá ser suspenso. Se houver recidiva, será necessário um novo tratamento e a manutenção com uso de medicamentos tópicos e o controle da causa.
    Caso a recidiva torne-se uma contante, esta deverá ser pesquisada, se é por resistência ao medicamento, ambiental por causa da raça, da cor da pelagem ou modo de vida do animal e da casa, ou ainda se é uma recidiva idiopática. Enquanto a causa não for descoberta, o animal poderá alternar períodos entre sadio e doente.


13 de mai. de 2013

Complexo Respiratório dos Felinos


    É relativamente comum, recebermos no consultório veterinário um gatinho com histórico de anorexia, apatia, febre, espirros e corrimento nasal. Quando isso acontecer, é bom pensar no Complexo Respiratório dos Felinos.
    Nestes animais, as infecções respiratórias são frequentes e acometem uma grande parte da população. Podem ser causadas por diferentes tipos de agentes: os virais Herpesvírus e Calicivírus;  os agentes bacterianos Chlamydophyla sp e os oportunistas (Pasteurella sp, Micoplasma sp).
    Cerca de 80% dessas infecções são do sistema respiratório superior. Tanto filhotes quanto adultos podem ser acometidos, principalmente aqueles que vivem em colônias e/ou com acesso a outros gatos. A mortalidade dos filhotes é maior, principalmente na idade de até 10 semanas. Grande parte dos animais portadores do complexo respiratório são assintomáticos e só irão manifestar a doença se submetido a um estresse.
    O tempo médio de incubação após contaminação por fômites, aerossóis e contato direto é de 2 a 7 dias, e os sintomas podem começar a aparecer entre 2 a 4 semanas. Os sintomas mais comuns são: anorexia/apatia/febre, espirros, corrimento nasal/ocular (seroso/purulento), tosse, hipersalivação, conjuntivite, ceratite ulcerativa, dificuldade respiratória, pneumonia, estomatite ulcerativa e lesões ulcerativas na pele e pata, além de outros. O tratamento geralmente é feito por meio sistêmico e tópico.
    A melhor forma de prevenir é através da vacinação, seguindo um protocolo de aplicações em 3 doses, com 8, 12 e 16 semanas respectivamente. Outra boa dica é ao receber um novo gato em casa, deixa-lo separado por cerca de 10 a 14 dias, em observação. Neste período é indicado a realização de exames, tais como FIV/FELV, além de hemograma, até receber o resultado e realizar a vacinação, se possível. Caso tenha um animal doente, deverá separá-lo do resto durante todo o tratamento e realizar exames nos outros felinos que mantiveram contato, para que comprovadamente livre do Complexo Respiratório, possa ser realizada a vacinação. Vale lembrar que a vacinação só pode ser realizada em animais sadios e comprovadamente livres da doença




11 de mai. de 2013

Cálculo Urinário em cães e gatos


    Saiba mais sobre o cálculo urinário:

    O cálculo urinário ou urolitíase é a formação de precipitados em forma sólida, não só na bexiga, como em qualquer local do trato urinário, já o cálculo renal é um pouco mais raro.
    Eles podem se formar por predisposição genética, infecções urinárias, deficiência de vitamina A e tipo de alimentação fornecida ao animal. Há diversos tipos de cálculos urinários, e são classificados de acordo com seu conteúdo mineral: estruvita, oxalato de cálcio, urato, silicato, cistina e mistos; sendo a estruvita e o oxalato de cálcio mais comumente encontrado. A solubilidade dos cristais depende do pH, temperatura, e densidade específica da urina.
    Os sinais clínicos que o cão e gato podem apresentar são diversos, entre eles: obstrução do fluxo urinário parcial ou total; infecção do trato urinário (ITU), hematúria (sangue na urina) e sinais de desconforto abdominal; vômito, anorexia e depressão. Caso haja infecção, a urina pode apresentar um odor fétido. 
    O início do diagnóstico é clínico, com palpação de bexiga. Em algumas situações pode-se sentir a presença dos cálculos. Na maioria dos casos, haverá a necessidade de exames complementares tais como: urinálise, urocultura e/ou radiografias.
    O tratamento irá remover as obstruções uretrais e esvaziar a bexiga. Existem rações medicamentosas que ajudam no tratamento e prevenção do cálculo, mas mesmo assim, os cálculos maiores deverão ser retirados por cirurgia.
    Os gatos machos são bem sensíveis a cálculos urinários.