A catarata é uma doença oftálmica que afeta cães e gatos, embora ocorra com menor frequência nos felinos. É causada pela opacificação das fibras ou do cristalino (lente biconvexa com pouco poder de acomodação que possui duas cápsulas – anterior e posterior).
Pode ser classificada quanto a sua localização: capsular, sub-capsular, cortical e nuclear; de acordo com a faixa etária: até 2 anos pode ser congênita ou hereditária, de 2 a 6 anos é considerada juvenil, acima de 6 nos é chamada de senil; e também quanto a sua transparência: insipiente, imatura, madura e hipermadura
As causas mais comuns do surgimento nos cães são: defeito hereditário recessivo e envelhecimento do animal (não confundir com esclerose da lente que ocorre em animais com mais de 8 anos). Além disso, ainda pode surgir por causa de outras doenças como diabetes, inflamações intra-oculares, problemas congênitos ou por traumas / injúrias; intoxicação por substâncias químicas como naftalina (Naftaleno); já nos gatos é mais comum por envelhecimento, diabetes e inflamações intra-oculares.
Ainda existem cataratas causadas por predisposição racial, como vemos rotineiramente na clínica dos poodles, e ainda nas raças: afghan hound, beagle, cocker spaniel americano e inglês, golden e labrador retriever , huscky siberiano, pastor alemão, pointer, schnauzer miniatura, setter irlandes e west highland white terrier.
É uma doença que deve ser diagnosticada e tratada o mais cedo possível, pois leva a cegueira, entretanto poucos proprietários conseguem observar o aparecimento da catarata, que só é diagnosticada quando já está mais avançada. Por isso a importância de uma rotina clínica e um atendimento com médico veterinário oftalmo.
O tratamento é cirúrgico por facoemulsificação (através de ultra-som), retirando o cristalino por meio de microscópio cirúrgico e anestesia geral. Esta cirurgia faz com que o animal volte a enxergar bem de longe e pouco de perto, mas não há garantia caso ele tenha atrofia progressiva de retina. Neste caso, é indicado fazer o exame de eletroretinografia que dará um prognostico mais específico. Esse caso é comum nas raças poodle e Cocker.
Estima-se haver complicações pós-cirúrgicas em 10% dos animais, como descolamento de retina, glaucoma pós-operatório, sangramento secundário e infecções/inflamações crônicas
Como não há forma de prevenção, o ideal é manter uma rotina de consultas a fim de prevenir e diagnosticar a doença.
Por: Nathalia Breder
* Tratado de Medicina Veterinária – ETTINGER, S. J.; FELDMAN, E. C.
* Medicina Interna de Pequenos Animais – NELSON, R. W.; COUTO, C. G.
* SOVE – Serviço de Oftalmologia Veterinária – http://www.compuland.com.br/oftalvet/
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