28 de mar. de 2013

Chocolate e animais: uma dupla que não combina!


Este final de semana será a páscoa e a brincadeira do domingo será a distribuição de ovos de chocolate na família.


  O que muitos não sabem é que o chocolate, muito gostoso, é extremamente tóxico para os animais!



Cães e gatos podem se intoxicar ao ingerir o alimento. 

     

O chocolate possui teobromina, que é um conservante presente no cacau, capaz de causar intoxicação em cães e gatos, tendo seu efeito comparado aos venenos.
     Esse conservante pode causar diversos sintomas, como: estimulação do sistema nervoso central, causando aumento da frequencia cardíaca, tremores musculares além do efeito diurético, que pode causar uma desidratação.
     Como se não bastasse tudo isso, esta guloseima ainda possui açúcar e gordura, e ambos podem causar além da gastroenterite severa, uma gastrite e até mesmo uma pancreatite.
     Cães e gatos são susceptíveis a intoxicação, embora saiba-se que os gatos apresentam uma resistência um pouco maior. Já os cães, cada um vai apresentar a intoxicação de acordo com a sensibilidade do organismo. Uma mesma quantidade de chocolate pode intoxicar um cão e o outro não.

Caso haja ingestão do alimento, o animal deverá ficar em observação e bem hidratado. Ao menor sinal de intoxicação, ele deverá ser levado imediatamente ao Médico Veterinário.

Este sim pode ser oferecido ao animal

Ovos de páscoa sem cacau e açúcar para cães.

14 de mar. de 2013

Cinomose canina: Como prevenir e tratar.



Tem um email “rolando na rede” falando sobre um tratamento para cinomose feito com  “suco” a base de quiabo com leite ou água.
Como Médica Veterinária, tenho a obrigação de informar e alertar nossos cliente e amigos sobre mentiras como essa!!!

O que é a CINOMOSE ?? Como prevenir e tratar.

   A cinomose foi verificada na Europa na segunda metade do século XVIII, proveniente da Ásia.  É uma enfermidade com distribuição mundial e endêmica.
   Esta doença é proveniente de um vírus, altamente contagioso entre os cães e outros carnívoros. É a causa mais comum de convulsões nos cães com menos de 6 meses de idade.
   Não há predileção sazonal, por sexo ou raça, a incidência é mais alta entre os 60 e 90 dias de idade, período em que diminui a taxa de anticorpos maternos. No entanto, cães até os 2 anos de idade são comumente afetados, e em função da não vacinação, falhas imunológicas ou ausência de contato com o vírus. Cães a partir dos 7-9 anos também podem desenvolver a doença.
A transmissão ocorre principalmente por aerossóis e gotículas infectantes provenientes de secreções e excreções oculares, respiratórias, digestivas e urinárias.
   A manifestação clínica da infecção depende do título, da estirpe viral infectante, da idade e do perfil imunológico do animal.
   Os principais sinais são: descarga naso-ocular serosa a mucopurulenta (ceratoconjuntivite e rinite), tosse, dispnéia e estertores pulmonares (pneumonia inicialmente intersticial – efeito viral e posteriormente broncopneumonia – infecção bacteriana secundária), vômito, diarréia, lesões oftálmicas e cegueira.
   A forma dos coxins plantares fibrosados – hiperceratose – costuma ser progressiva. Comumente  só é notada de 3 a 6 meses após a infecção aguda, podendo surgir até anos após a fase clínica. Também é comum a depilação ao redor dos olhos com formação de crostas, dando o aspecto de óculos.
   O diagnóstico da cinomose geralmente baseia-se nos sinais clínicos típicos em um cão jovem (2-6 meses) que tenha uma história de vacinações inadequadas e possibilidades de exposição ao vírus.
   Não há medicamentos anti-virais ou agentes quimioterápicos de valor prático para o tratamento específico da cinomose em cães. 
   Antibióticos de amplo espectro são indicados para o controle das infecções bacterianas secundárias, líquidos, eletrólitos, vitaminas do complexo B e complementos nutricionais são indicados para terapia auxiliar.
   A forma  eficaz de prevenir a cinomose é através da vacinação. 
   Esta deverá ser feita com vacinas veterinárias éticas, em consultórios ou clínicas, sempre carimbada por um Médico Veterinário responsável
   O esquema de vacinação começa a partir dos 45 dias de vida do animal com a múltipla canina, sendo necessário uma revacinação aos 66 dias e outra aos 87 dias (intervalos de 3 semanas entre cada dose, no total de 3). Algumas raças mais sensíveis como o Dobermann e o Rottweiller necessitam de 4 doses.

Por: Nathalia Breder

Fonte:
Tratado de medicina interna veterinária. ETTINGER, S. J.; FELDMAN, E. C
Enfermidades infecciosas dos mamíferos domésticos – CORREA, W. M.; CORREA, C. M
Consulta Veterinária em 5 minutos. TILLEY, C. P.; SMITH, F. W. K

Publicado em: http://veterinarioemfoco.com.br/o-que-e-a-cinomose-canina-como-prevenir-e-tratar/

13 de mar. de 2013

Leishmaniose canina – entenda a situação no Brasil



O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento anunciou no dia 18/10/11 a liberação da primeira vacina contra Leishmaniose canina:

A primeira vacina contra a leishmaniose visceral canina é brasileira. Desenvolvida pela professora do Instituto de Microbiologia da UFRJ Clarisa Beatriz Palatnik de Sousa, ela obteve, agora, uma licença definitiva. A doença afeta, anualmente, 500 mil pessoas – 3 mil delas no Brasil – e é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) uma das seis maiores endemias do planeta.” Fonte – O Globo- 18/10/2011.

Entendendo mais sobre a doença:

   O primeiro relato da doença aconteceu em  1908, na Tunísia, quando o protozoário foi descrito como tendo formas amastigotas. É considerada uma zoonose importante no Brasil, de difícil controle e com ampla distribuição no território nacional.
   A transmissão é feita através do mosquito “palha” conhecido também como “birigui”, “mosquitos-pólvora”, “cangalhinha” e “tatuquiras” (Lutzomyia longipalpis).  Este mosquito pode contaminar os animais ou diretamente os humanos, pela picada da fêmea. O reservatório primário da doença são os canídeos, tanto domésticos quanto silvestres, embora também seja encontrado em alguns roedores.
   A leishmania causa dois tipos da doença: a cutânea e a visceral. As maiorias dos cães desenvolvem a  doença visceral ou sistêmica e 90% apresentam comprometimento cutâneo.
    A saúde pública no país adotou a eutanásia dos cães comprometidos com a doença em 1953. Estudos mostram que mesmo com esse procedimento a leishmaniose continua a crescer ano após ano, não tendo sido eficaz a eutanásia no controle da mesma.
   O tratamento é controverso. A Organização Mundial de Saúde não recomenda a eutanásia, mas no Brasil o tratamento foi proibido através da Portaria 1.426, de 11 de julho de 2008. Segundo especialistas, estudos científicos comprovam que os animais contaminados, se submetidos a tratamento, têm baixo poder de disseminação da doença, embora nunca terão a cura parasitológica, assim como acontece em outras doenças, como a Doença de Chagas.
   Os medicamentos vendidos em farmácia são de uso humano, e não poderiam ser utilizados para tratamento dos cães, de acordo com a Portaria; mas estes mesmos medicamentos podem ser manipulados. Ainda sim, existem outros dois que o Ministério não reconhece no Brasil, com isso ainda há a necessidade de legalização destes.
   Médicos Veterinários de áreas endêmicas brigam na justiça para conseguir a autorização e reconhecimento do tratamento, alegando que os “kits de testes” distribuídos pelo Ministério da Saúde para as Prefeituras comumente dão como resultado “falso-positivo”. Eles defendem um exame mais específico para o diagnóstico e a opção de tratamento para proprietários que tem condições e queiram fazer. “A terapia correta torna o animal de estimação assintomático para a leishmaniose”, afirma o advogado assessor jurídico da Anclivepa/BH.”
   
A prevenção continua como a melhor forma de evitar a contaminação dos animais. Os mosquitos são mais ativos no amanhecer e entardecer, portando é recomendável que os cães fiquem em áreas protegidas, dentro de casa ou em canil com telas protetoras de mosquitos nesse período. Além de ser indicado o uso de coleiras (Scaliburâ) e pour-on (Advantage Max 3â) que tenham efeito contra mosquitos, além é claro, da vacinação com a Leishmuneâ.
   
Consulte um Médico Veterinário de sua confiança.


Fonte:
* Tratado de Medicina Veterinária – ETTINGER, S. J.; FELDMAN, E. C.
* Medicina Interna de Pequenos Animais – NELSON, R. W.; COUTO, C. G.
*Leishmaniose Visceral: breve revisão sobre uma zoonose reemergente. Revista Clínica Veterinária -1997, p. 36- 42. – ROSA, I. C.de A. S.; OLIVEIRA, I. C. S.
*Correio Brasiliense | 25/08/2009

Por: Nathalia Breder
(publicado em: http://veterinarioemfoco.com.br/727/)